Por Raquel Rodrigues e Marta Miranda

João Guerreiro foi reeleito reitor da Universidade do Algarve no passado dia 17 de Novembro. Eleito pelo Conselho Geral com 21 votos de 35 possíveis, ganhou com maioria aos seus concorrentes, Helena Pereira, com 7 votos, e Rodrigo Magalhães, com apenas 4 votos. A eleição foi ainda marcada por 2 votos em branco e pela falta de comparência de um dos membros do conselho.

À saída da sessão eleitoral, Fernando Ulrich, Presidente do Conselho Geral da UAlg, considerou que o processo eleitoral decorreu conforme o previsto, sem qualquer incidente. «Tivemos três candidatos muito fortes, com currículos importantes, salientou, acrescentando que «os programas de acção também foram de grande qualidade». No final, a escolha recaiu sobre o Prof. João Guerreiro, que se recandidatou ao cargo após ter sido eleito em 2006 e ter apresentado em Junho passado a sua demissão.

Depois de ter sido informado da sua reeleição, João Guerreiro não deixou de salientar o seu objectivo primordial para a UAlg, promover a internacionalização de instituição, pois segundo afirmou: «temos de alargar os nossos horizontes, de forma a captar estudantes nas áreas em que somos bons. Este salto para fora da região, é fundamental para a afirmação da UAlg».

A internacionalização da instituição não visa só o campo da investigação e da promoção de pós-graduações, mestrados e doutoramentos com universidades de outros países, mas também o alargamento do recrutamento de novos estudantes «a outras regiões da Europa». «Temos protocolos com 150 universidades, mas o que interessa é ter um núcleo duro nas principais áreas de investigação da universidade», salientou João Guerreiro afirmando ainda as suas prioridades para este mandato: «vamos valorizar as ciências do mar, a biomedicina e medicina, o turismo, as energias, as telecomunicações, a literatura e a história».

O reitor reeleito sublinhou também que «esta internacionalização é uma linha de desenvolvimento fundamental para a UAlg para criar dimensão, escala e, no fundo, espessura naquilo que é a nossa investigação. Mas também é uma fonte de financiamento. Não lançamos as linhas de internacionalização com esse fim, mas há esse benefício associado». Todos estes objectivos serão para realizar a longo prazo, pois agora há que reforçar mais o trabalho na estrutura interna da instituição, com o objectivo de fazer cumprir os novos estatutos da UAlg aprovados em 2008.

João Guerreiro está ciente deste trabalho que de ser realizado: «o que teremos de fazer, de imediato, é consolidar a estrutura interna. Temos novos estatutos que ainda estão implantados a meio gás. Temos de aliar todas estas coisas e arranjar os melhores mecanismos para o conjunto dos órgãos funcione na perfeição. Na parte orgânica, isso obriga também a definir e a aplicar um conjunto de soluções informáticas que permitam agilizar o circuito interno de informação. Esta é uma parte pesada que vai tomar boa parte do mandato», apontou.

O Professor revelou ainda que novos projectos e objectivos estão a ser desenvolvidos para a UAlg ao abrigo do contrato que o ministério do Ensino Superior propôs às universidades, referindo «é uma iniciativa que nos permitirá reequilibrar o subfinanciamento das universidades». Nos próximos 30 dias será realizada uma cerimónia onde o actual reitor irá ser reempossado, com data a marcar pelo próprio.

Nos objectivos apresentados, João Guerreiro não esqueceu o seu projecto mais polémico, o de unir os campi universitários de Faro num só, com o objectivo de controlar os gastos e simplificar a estrutura da instituição. Fica no ar a ideia de que esta promessa poderá ser cumprida já neste mandato.

O «nosso» reitor

Por Grethel Ceballos, Sofia Trindade e Vanessa Costa

Dado que nesta decisão os alunos da UAlg não tiveram muito voto na matéria, a Redacção 2.3 foi saber se (re) conhecem o «novo» Reitor João Guerreiro.

O espírito crítico e capacidade de intervenção são ensinados a todos os estudantes a par das matérias, mas mesmo assim há alunos aos quais a eleição para o cargo de Reitor da UAlg passou ao lado, como constatámos. Em oposição a respostas tais como «não conheço» ou um simples «não», hesitações ou ainda jogos de um-dó-li-tá com os três candidatos, encontrámos alunos conscientes do marco decisivo que as eleições representam para a comunidade académica.

Críticas, foram maioritariamente as respostas, mas críticas construtivas, que pretendem guiar o reitor na construção de um espaço que cumpra os requisitos de todos, e no qual todos se sintam bem, para aprender e não só. Alguns alunos estão desanimados com o trabalho do reitor no último mandato, como João Marujo que o considera «um trabalho com pouco pulso porque ele foi basicamente eleito pelos alunos e deixou com que o conselho geral tivesse menos representatividade por parte dos mesmos». Outros esperam que as suas medidas sejam mais visíveis, como comentou Tânia Marques «aguardo que faça alguma coisa que eu veja, que faça alguma coisa e que os alunos tenham noção disso, não é?».

A pergunta desta estudante conduz-nos a outra, «porque é que Gambelas é tão diferente da Penha se todos pagamos as mesmas propinas?», lançada pela estudante Joana Gonçalves e rematada nas palavras de João Marujo, mas presente em todos os estudantes, «espero que ele diminua a discrepância que existe entre as Gambelas e a Penha e respeite a Constituição Portuguesa onde diz “ensino superior tendencialmente gratuito”». Mas não basta reconhecer o reitor, há que identificar as medidas do seu último mandado e julgá-las para que o dever e obrigação de reivindicação para com a universidade seja feito conscientemente.

Mudam-se os tempos, mantêm-se as vontades

Eleito pela primeira vez em 2006, João Guerreiro, em entrevista concedida ao Diário Online, apresentou suas metas a cumprir durante o mandato, que recaíam sobretudo sobre o alargamento da oferta de cursos e pós-graduações. Em plena adaptação ao Processo de Bolonha, as áreas das Energias Renováveis, Artes, Medicina e Língua Portuguesa formavam então as principais apostas para o reitor, «para além de mantermos o que existe, os [cursos] de primeiro ciclo e licenciaturas». O prometido curso de Medicina que, segundo João Guerreiro, «ao fim e ao cabo, trata-se de uma pós-graduação de quatro anos», recebeu em 2009 os primeiros alunos. Embora tenham surgido novos cursos, outros também deixaram de existir. Na altura, João Guerreiro referia que, em relação ao funcionamento interno da UAlg, havia «muito a fazer».

O reitor apresentou sua demissão em Junho de 2008, no sentido de repor a legalidade estatutária do Conselho Geral. Em conversa com o Barlavento e a RUA FM, apontava que a adaptação do seu programa teria sido «perturbada», pelo processo de aplicação do novo Regime Jurídico das Instituições de Ensino Superior (RJIES). Nessa mesma entrevista, o reitor defendia que, a nível financeiro, «o pior já terá passado». Quando questionado pelo jornal O Canudo acerca das estratégias que utilizaria para fazer face aos problemas financeiros da UAlg numa reeleição, João Guerreiro reiterou que espera um aumento dos recursos financeiros através do «aumento do financiamento do ensino superior com origem no Orçamento de Estado, da criação de projectos inovadores (…) e da formação de parcerias com o mundo das empresas e das instituições».

O programa de acção para a recandidatura de João Guerreiro orientou-se essencialmente no sentido de atingir dois objectivos gerais - «Concluir a instalação da totalidade dos órgãos» e «Projectar a Universidade». Como prioridades centrais, o reitor revelou a urgência no «acompanhamento e acreditação dos cursos e a preparação das propostas a apresentar ao Programa Erasmus Mundus» e na «adopção da nova estrutura orgânica». Estas metas pretendem-se ver cumpridas através de um Plano Estratégico composto por nove questões, algumas das quais: consolidar a oferta de graus e de diplomas, promover a investigação científica, aprofundar a internacionalização, adoptar uma prática de avaliação continuada, e reordenar os campi da Universidade, melhorar algumas instalações e garantir a manutenção das infra-estruturas.

São estes os planos a cumprir para que a Universidade do Algarve faça história no campo do ensino superior em Portugal. Uma universidade com um passado recente, com um presente reforçado pelo trabalho que reitor e alunos pretendem desenvolver, e um futuro promissor.

VIAGEM À HISTÓRIA DO CINEMA

Muro de Berlim caiu há 20 anos

Por: Daniel Lopes, Ivan Cordeiro e Tiago Francisco

O Muro de Berlim separava a República Federal Alemã da República Democrática Alemã

Marcou uma geração, separou famílias e amigos, causou a morte a centenas de alemães e arrastou consigo uma nação inteira. Conhecido por muitos como o «Muro da Vergonha», esse verdadeiro marco do século XX caiu há 20 anos, a 9 de Novembro de 1989, e só assim a Alemanha se voltou a unir, só assim a Europa se reunificou.

Edificado pela República Democrática Alemã, o muro circundava a parte da capital alemã que se encontrava ocupada pelos Estados Unidos da América, Grã-Bretanha e França. Construído a 3 de Novembro de 1961, tinha mais de 66km de comprimento e, durante 28 anos, teve como objectivo impedir a saída dos habitantes de Berlim Oriental para Berlim Ocidental. António Camacho, de 51 anos, conta a história de um familiar que estava emigrado na Alemanha, «Uma tia minha tinha-se mudado para Berlim em 58 e quando construíram o muro ela nem quis acreditar, de um dia para o outro deixou de poder atravessar aquelas ruas como fizera tantas vezes. As autorizações para atravessar o muro eram bastante complicadas». Durante 28 anos teve medo de a ir visitar, «Quando o muro caiu, foi ela que nos deu a notícia lá em casa. Ligou, toda contente, a convidar-nos para lá ir passar uns dias. As histórias de fuzilamentos e fugas concretizadas são inúmeras, não consigo imaginar quantos terão morrido por lá».

Passadas duas décadas após a sua queda, o governo alemão decidiu criar um muro em dominó para assinalar uma das efemérides mais importantes da história do país. Numa cerimónia em que Angela Merkel, chanceler alemã, foi a figura em maior destaque, estiveram presentes os dirigentes de todos os países membros da União Europeia, o russo Dmitri Medvedev, o polaco Lech Walesa, Hillary Clinton, a representar os Estados Unidos da América, e Mikhail Gorbachev, Secretário-Geral da União Soviética em 89, a quem coube a honra de empurrar o dominó. As comemorações ainda incluíram música e um ambiente de festa, que nem a chuva que caía em Berlim conseguiu estragar.

Por Portugal, também 9 de Novembro de 2009 ficou marcado pela queda de um muro. No Estádio da Luz o Benfica recebeu a Naval 1.º de Maio e, após 51 ataques e 27 remates, conseguiu adiantar-se no marcador e alterar o zero a zero inicial. Compostas por 11 homens vindos da Figueira da Foz, as tropas comandadas por Augusto Inácio construíram uma poderosa barreira que só caiu ao 89.º minuto. Terá sido inspiração ou simplesmente uma coincidência? Os únicos factos constatados foram as comemorações pelas quedas dos muros.

Fontes
Globo.com: http://g1.globo.com/Sites/Especiais/Noticias/0,,MUL1368137-17398,00.html
Euronews: http://pt.euronews.net/tag/queda-do-muro-de-berlim/
Visão: http://aeiou.visao.pt/canal-historia-recorda-queda-do-muro-de-berlim=f536097

Por: Grethel Ceballos, Sofia Trindade e Vanessa Costa

O Parkour, ou «l'art du déplacement», tem como princípio elementar a deslocação de um ponto a outro com a maior rapidez e eficácia possível. Oriundo de França, surgiu na década de 80 com o objectivo de ajudar a superar obstáculos de qualquer natureza no ambiente circundante — desde galhos a pedras, grades e até paredes. Apesar da crescente adesão por parte dos jovens, esta nova forma de expressão, ou tipo de desporto, está rodeada de polémica. Os traceurs Dace e CKK contaram à Redacção 2.3 a sua experiência e explicaram como caem seguros no que lhes dá tanto gosto fazer.



R2.3: O que é para vocês o Parkour?
Traceur Dace: Do ponto de vista físico, o Parkour consiste em chegar do ponto A ao ponto B o mais recto possível, sem fazer qualquer desvio. Do ponto de vista psicológico é ultrapassar todas as barreiras, visando sempre a evolução. Tornamo-nos cada vez melhores, mais conhecedores de nós próprios, mais capazes e visamos nunca desistir...

Traceur C.K.K: Parkour para mim é mais do que um desporto. É mais uma maneira de ver a vida do que um desporto. Para quem faz Parkour, um obstáculo é algo que se tem de ultrapassar, e não que se deve evitar ou contornar. Em Parkour, um obstáculo serve para nós evoluirmos, para nós próprios desbloquearmos a nossa mente e sabermos os nossos limites.

R2.3: Como se iniciaram nesta modalidade?
Dace: Para dizer a verdade, houve uma passagem de ano que não prestou para nada (risos). Eu e mais dois amigos lembrámo-nos de começar a treinar algo que tínhamos visto em vídeos que se chamava Parkour, mas não sabíamos realmente o que era. Para nós eram saltos e pronto. Começámos a treinar, mas não valíamos nada (risos). Demos pequenos saltos, mas gostámos bastante. Começámos a treinar e, a partir daí, a aprender mais. Conhecemos os vaults, ou os truques. Aprendemos a importância do Parkour, a sua filosofia e a componente mental. Ao fim de seis meses, num treino a que eu não fui, o C.K.K foi treinar. Havia uma parede que diziam ser impossível de subir... Disseram-lhe para tentar, e ele subiu aquilo de uma maneira melhor do que todos nós. A partir daí ele viu que conseguia fazer coisas que pensava não conseguir realizar. E acho que toda gente consegue fazer muito mais do que imagina, e não se atreve a tentar porque pensa que é difícil.

Saltam pela aventura e correm contra o medo

R2.3: O que sentem ao praticar Parkour?
C.K.K: Quando faço Parkour basicamente o que sinto é liberdade. Sinto que tenho a mente aberta para tudo, sinto que estou a voar (entre aspas). Sinto-me leve...
Dace: Realmente, quando faço Parkour, o principal sentimento é o de liberdade. Especialmente a liberdade da sociedade, porque estou fora do “normal”. Também liberdade de espírito porque estou a evoluir. Estou a ultrapassar barreiras. É também muita adrenalina... Por outro lado, muito medo que vai sendo transporto.

R2.3: Os traceurs são alvo de muita crítica, como sentem que são encarados pela sociedade?
Dace: Aos olhos da sociedade nós somos vândalos, completamente, excepto quando há exibições. Aí somos “meninos lindos”, fora isso somos sempre vândalos.

R2.3: Apesar dessa visão, em Portugal o Parkour tem ganho cada vez mais adeptos, já se pode falar numa comunidade?
C.K.K:
Fazer Parkour cá é uma coisa boa porque não há muitas pessoas a praticar de facto. Mas existe sim uma comunidade onde basicamente toda a gente se conhece. Ajudamo-nos uns aos outros. Há sempre encontros, e para estarmos todos juntos é um bom convívio.

R2.3: Que características deve ter um traceur?
C.K.K: O Parkour é muito fascinante, mas há um aspecto que muitas vezes as pessoas desconhecem. É a parte, talvez das mais importantes, em termos físicos. Refiro-me à flexibilidade. Muitos pensam “qualquer pessoa faz isso”, mas não, requer muito esforço físico, treino, “muitos trabalhos de casa”. Como nós dizemos, sempre a dar no duro para podermos ter uma boa condição física. Quem não tem uma boa condição física é prejudicado, pois está a destruir o seu próprio corpo (...) porque não se prepararam para aquilo que estão a tentar fazer.

R2.3: E para quem quer aventurar-se no mundo do Parkour, do que é que necessita?
Dace: Para quem pensa começar a fazer Parkour convém infomar-se primeiro, e treinar muito. Basicamente do que precisam é uma roupa de treino, umas sapatilhas. Averiguem as sapatilhas apropriadas para não danificar os pés e as articulações, porque não existem sapatilhas especiais para Parkour. Umas são mais apropriadas do que outras. Não convém usar luvas, mas sim punhos, para aquecer as articulações. Parkour é um dos desportos mais baratos que há e o mais gratificante.

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«Colorir Mapas»

Uma das muitas palestras Equipa UALG nas escolas do Algarve decorreu na E.B. 2,3 José Carlos da Maia, em Olhão. A Redacção 2.3 esteve lá e acompanhou a iniciativa da Universidade do Algarve.
Por: Ângela Gago e Lénia Maria


A escola de ensino básico José Carlos da Maia, em Olhão, teve no dia 3 de Novembro a visita de uma convidada especial. A Prof. Doutora Maria da Graça Marques, da Universidade do Algarve, levou aos alunos de duas turmas do 7.º e 8.º ano uma palestra interactiva, com o sugestivo nome de «Colorir Mapas». Desengane-se quem pensar que o nome sugere trabalhos manuais: esta palestra foi sobre Matemática.

A Equipa UALG é uma iniciativa que promove palestras para fomentar o interesse dos alunos mais novos pela universidade e, ao mesmo tempo, para dar a conhecer um pouco da instituição. Esta organização é constituída por professores voluntários que se disponibilizam a partilhar saberes e experiências em qualquer área científica, dependendo da validade das propostas dos docentes.

Esta interacção entre a Universidade do Algarve e as escolas «não só é positiva como fundamental», pois «desperta o interesse dos pequenos pela universidade», esclarece a Prof. Maria da Graça Marques. Estes docentes voluntários não são pagos para este tipo de trabalho mas, «para mim, é mais importante a colaboração com as escolas entre si do que remunerações», afirma a oradora.

Apesar de remeter para a Matemática, a palestra «Colorir Mapas» passou por outras áreas científicas como História, Língua Portuguesa, Geografia e Artes. A professora entusiasmou-se, explicou os exercícios de forma simples, interagiu bem com os alunos e num aparte confessou, orgulhosa, «estão todos a falar, mas estão todos a trabalhar».

Docente do Departamento de Matemática da Universidade do Algarve, a Prof.ª Maria da Graça Marques voluntariou-se no ano passado na Equipa UALG. Nesse âmbito, já fez palestras em Aljezur, Castro Marim e Tavira. Este ano não pertence à equipa, mas, ainda assim, foi convidada pela professora de Matemática da escola José Carlos da Maia, Ana Cristina Graça, para dar a conhecer um pouco de matemática prática aos alunos olhanenses.

No fim da palestra a professora Marques até brincou afirmando ter conhecido «os alunos mais rápidos do distrito de Faro». Na opinião dos alunos a palestra foi «boa» e alguns, os alunos do 7.º ano, não conheciam a matéria. Através desta introdução divertida e prática, estes alunos tiveram oportunidade de aprender os esquemas gráficos e o Teorema das Quatro Cores, que, após ter sido formulado em 1852, foi apenas demonstrado em 1976 e foi o primeiro teorema de matemática a ser demonstrado com recurso a meios informáticos.

As palestras da professora Marques são conhecidas por serem divertidas e pela original «bolsa mágica» da professora que encanta miúdos e graúdos. «Tenho uma ‘bolsa mágica’ na minha mala onde deixo os mais novos tirarem o que quiserem. Tanto podem sair rebuçados, chupa-chupas ou pastilhas elásticas». Como brinde, a oradora distribuiu rebuçados e lápis reciclados oferecidos pela Universidade do Algarve. A palestra foi encerrada com um agradecimento geral à Universidade do Algarve, por parte da escola olhanense, pela disponibilidade, e um desejo que futuros encontros deste género se realizem.

As escolas do ensino básico e secundário podem consultar a área da Equipa UALG no site da universidade, ver as sinopses das palestras disponíveis e requerer uma na sua escola, através do Gabinete de Comunicação.

«Escola Activa»

Estabelecimentos de ensino de toda a região aderem à iniciativa e põem alunos a mexer
Por: Adriano Narciso, David Marques, Fábio Lima e Isa Mestre

Recentemente lançada pela Administração Regional de Saúde do Algarve, a iniciativa «Escola Activa» já corre por toda a região. O programa, que pretende ser uma forma simples de combate à obesidade infantil, elucida os jovens para os benefícios da actividade física e serve de incentivo à sua prática.

O método é simples: por cada trinta minutos de actividade física contínua, o estudante tem direito a uma rubrica (numa caderneta dada para o efeito) por parte do seu professor/encarregado de educação. A cada dez rubricas que consiga juntar o aluno tem direito a um autocolante (denominado “ACTIVIX”) que colará posteriormente na sua caderneta. A ideia é que o projecto despolete nos jovens a vontade em terminar a colecção de autocolantes o mais rapidamente possível, o que, consequentemente levará a que pratiquem mais actividade física.

José Miguel Pereira, aluno do 4º ano da Escola Básica Integrada de Martinlongo, concelho de Alcoutim, vê a iniciativa com bons olhos e até confessa a vontade em ser o primeiro a terminar a colecção ACTIVIX: «Vou ser o primeiro a acabar. Todos os dias ando meia hora de bicicleta porque sei que ganho uma assinatura». Já Pedro Barroso, colega de turma de José Miguel, confessa que a disputa com os colegas é um bom incentivo para a prática desportiva: «Na escola competimos por mais assinaturas. Queremos todos acabar a colecção rapidamente».

Actualmente, no Algarve mais de 30% das crianças de idades compreendidas entre os 7 e os 9 anos sofrem de obesidade ou pré-obesidade. Para além da iniciativa “Escola Activa”, a actuar em toda a região, muitas outras têm sido desenvolvidas com vista ao combate à doença que é vista pela Organização Mundial de Saúde como a “epidemia do século XXI”. No passado mês de Março, o Governo português começou a distribuir fruta gratuita nas escolas do país e foi recentemente publicada em Diário da República uma lei que estabelece limites máximos à quantidade de sal no pão. A ser aplicada a partir de Agosto do próximo ano, a norma estipula que as padarias que produzam pão com mais de 14 gramas de sal por quilo possam ser punidas com coimas entre 750 e 5 mil euros.

Para Jorge Paulinho, professor aposentado de Educação Física, é à escola que cabe a grande responsabilidade de consciencializar os jovens para os “perigos e os desconfortos” a que os doentes obesos estão sujeitos. “Os jovens de hoje em dia gastam a maior parte do tempo na escola. Há muito que as habitações deixaram de ser os seus primeiros lares”, justificou o professor de 59 anos.

Berlim em Faro

Mostra de obras multimédia em Faro desconcerta público jovem
Por: Inês Calhias, Joana Sousa, Joana Varela e Mafalda Ferreira

O Teatro das Figuras foi palco para uma sessão de curtas-metragens, documentários, animação e vídeos experimentais no passado dia 4 de Novembro, a antecipar o aniversário da queda do Muro de Berlim.

“Cinema e Vídeo de Berlim” reuniu um conjunto de obras, que já foram seleccionados para festivais internacionais, realizadas por jovens oriundos das mais conceituadas escolas de cinema alemãs, alguns deles presentes na apresentação. Representantes da nova geração do cinema, estes jovens abordam nas suas produções questões contemporâneas, tais como as oposições e desigualdades que se verificam entre países ricos e pobres, relações de poder e crise de valores, de identidade e género.

Trazer Berlim até Faro

Emília Piedade, organizadora do evento, explicou à Redacção 2.3 qual a finalidade da sessão: «O objectivo é mostrar a Faro, principalmente aos estudantes, o que está a acontecer em Berlim, cidade que é centro de novas ideias, onde se encontra o futuro da arte». Para «mostrar coisas interessantes», a programadora promoveu ainda um encontro entre estudantes de Berlim e do Algarve. Quanto à escolha das curtas-metragens apresentadas, Emília Piedade contou-nos que foram os jovens realizadores que seleccionaram os vídeos a serem apresentados, estando só sujeitos ao tema.

Entre os realizadores dos trabalhos, Rita Macedo, uma jovem portuguesa estudante em Berlim, expõe os motivos que a levaram a seguir esta carreira: «gosto muito de realizar filmes, dão-me a possibilidade de realizar algo mais artístico, numa área que gosto muito». Residente em Berlim há dois anos, a jovem tem verificado algumas diferenças no panorama cinematográfico entre Portugal e a Alemanha, observando que «lá há mais abertura, mais troca de ideias».

Público surpreendido

«Teve uma sequência um bocado estranha (…) à medida que ia ficando mais tarde as histórias iam ficando mais bizarras», conta Ana Pinto, uma dos muitos presentes na concorrida sessão. «A língua não ajudava», observa Ana Lagoa, referindo-se ao facto de o alemão predominar como língua oral e o inglês como escrita (legendas), o que levou a uma menor compreensão dos trabalhos. «Gostei mais de umas do que de outras. Umas tinham um conteúdo de análise e outras eram menos interessantes», confessa Márcia Nunes, realçando o carácter alternativo do conteúdo dos vídeos, opinião partilhada pela maioria dos presentes.

Um olhar sobre a diferença

O tema da homossexualidade foi o que sobressaiu durante os 90 minutos de exibições, cujas formas de abordagem chocaram alguns dos espectadores. Na opinião de Ruben Remédios, «O tema da homossexualidade já não é tão tabu no nosso país, mas sei que grande parte das pessoas que viram pelo menos essa curta do namorado alemão (…) comentou e vai continuar a comentar». O documentário experimental aqui referido continha cenas explícitas de interacção entre vários homens homossexuais.

A curta que mais interesse despertou, “Please Say Something”, consistia numa animação cujos protagonistas eram um gato e um rato. «Foi engraçada», refere Ana Pinto, «teve uma história que era fácil de perceber e tinha uma mensagem bonita». Outra das obras comentadas pelos espectadores no final da sessão foi “One 103 Happy: 83 Sad Minute and Thirty Seconds”, um trabalho experimental onde formas e cores se misturaram: «É de difícil percepção (…) mas o facto de passarem aquelas imagens numa sequência tão curta de tempo e de certa maneira desfocado a dizerem feliz, triste, faz lembrar certos momentos da nossa vida que vão passando e que nós tendemos a esquecer ou desfocar com o tempo. De certa maneira é um resumo de toda uma vida visto de uma forma bastante simples», aponta Ruben Remédios.

Perante a lotação esgotada na sala de exibição, Emília Piedade considera terem sido cumpridos os objectivos definidos. Apesar de algo desconcertante, para Márcia Nunes este evento «foi muito construtivo e dever-se-ia repetir».

Loulé festeja Halloween

Noite das Bruxas festejada no Algarve
Por: Daniel Lopes, Ivan Cordeiro e Tiago Francisco

A Câmara Municipal de Loulé parece apostada em promover festas temáticas, de animação popular e, depois da Noite Branca, celebrada no Verão, a Noite das Bruxas foi festejada por todos nas ruas da cidade. Loulé é actualmente um ponto de referência no que toca a festividades temáticas e a números de participação. A população e os comerciantes agradecem e festejam também.

No passado dia 31 de Outubro, a Câmara Municipal de Loulé promoveu um evento relacionado com as comemorações do dia das Bruxas. De tradição anglo-saxónica, estas comemorações de Halloween encheram e adornaram a Avenida José da Costa Mealha e o Largo S. Francisco de laranja, preto e roxo, bem como de morcegos, abóboras, caveiras e esqueletos, «um verdadeiro carnaval de Outono», como observava Luís, um popular que passeava nas ruas mascarado de uma mistura de Dr. Frankenstein e Drácula, adiantando: «antes era raro haver estas festas assim na rua, mas ultimamente não nos podemos queixar, tem havido muita animação e as pessoas aderem».

Os festejos tiveram início na Praça da República por volta das 21h30 com a «Parada do Horror», um desfile de cinco carros alegóricos com decorações sobre a temática, figurantes e grupos de animação mascarados de zombies, vampiros, bruxas, fantasmas, entre outros. «Loulé está uma festa», afirmava Manuela, uma senhora de idade que admirava a «Parada» com atenção e curiosidade. A seu lado, um outro participante da festa observava: «nota-se que a nossa cidade tem estado mais desenvolvida agora, há mais actividades e mais movimento de pessoas, o que é bom para a vida de Loulé e para o comércio da cidade».

Nesta noite de animação, participaram também vários alunos das escolas públicas do concelho e do Colégio Internacional de Vilamoura. Entre as 21h e as 23h30, o Parque Fantasma, situado na Alcaidaria do Castelo, foi um espaço dedicado exclusivamente aos mais pequenos, com diversas actividades, músicas infantis, insufláveis, animações, concursos de máscaras e pinturas faciais.

Alguns pontos da cidade prestaram-se sobretudo a desenvolver a actividade comercial. A rua 5 de Outubro centrou-se no negócio de pequenos estabelecimentos, incentivando os visitantes a visitarem e a fazerem as suas compras nas várias lojas da cidade, acompanhados de várias animações de rua.

A partir das 23h realizou-se a «Halloween Party» na Cerca do Convento, que contou com várias actuações musicais. O destaque foi dado ao concerto do grupo La Plante Mutante, banda bem conhecida dos algarvios, que, vestindo-se a rigor, recriou êxitos dos anos 80, como «What’s Love Got To Do With It» de Tina Turner, «Like a Virgin» de Madonna, «Touch Me» de Samantha Fox, «Tarzan Boy» de Baltimore, «Thriller» de Michael Jackson, «Paixão» dos Heróis do Mar, entre muitos mais.

As comemorações do Halloween no concelho de Loulé têm permitido às comunidades inglesa e irlandesa, entre outros turistas, continuar a celebrar a sua tradição. «É fantástico. É mesmo, mesmo bom», revelava uma turista inglesa em férias no concelho: «viemos no ano passado e foi excelente. É tão bom como qualquer coisa que tenhamos visto, em qualquer parte do mundo. É perfeito!»

Mas a «Parada do Horror», para além de adoptar e recriar hábitos e valores tradicionalistas de uma cultura diferente, pretende acima de tudo animar os residentes e visitantes, com especial atenção às crianças, assim como desenvolver o comércio local.

7 anos de frequência experimental

A Rádio Universitária do Algarve (RUA FM) comemora sete anos de existência. Para fazer mais e melhor, a experiência é alargada a todos os que querem colaborar e contribuir no projecto.

Por: Grethel Ceballos, Sofia Trindade e Vanessa Costa

Já passaram sete anos e a Rádio Universitária do Algarve está de parabéns. Com uma história para contar e planos futuros a desenvolver, a RUA deu a conhecer à Redacção 2.3 a evolução de um projecto experimental e criativo.




Foi do empenho e vontade de um grupo de estudantes que nasceu a Rádio Universitária do Algarve. O projecto, organizado em 2001 pelo presidente da Associação Académica de então, Carlos Santos, acabou por dar frutos. Um ano mais tarde, a 28 de Novembro, era atribuído o alvará de emissão, altura em que Pedro Duarte, actual director, foi convidado a juntar-se aos pioneiros. «Tínhamos um prazo de 6 meses para pôr a rádio no ar». As emissões da RUA FM apenas tiveram início a 26 de Julho de 2003, tendo o arranque contado, «a nível de montagem», com «uma grande ajuda» da Rádio Clube Português, conta.

A RUA situou-se desde logo no espaço localizado na Horta do Ferragial, cedido pelos Serviços Sociais e remodelado com a ajuda do então reitor Adriano Pimpão. Pedro Duarte reconhece que «se não tivéssemos o apoio [da reitoria] a rádio talvez não existisse».

A principal filosofia da RUA – nome escolhido por «ser fácil de decorar» e ter boa sonoridade - assenta na divulgação de eventos culturais, e de bandas e artistas pouco conhecidos do público em geral, mostrando ainda o papel da Universidade do Algarve na região. Para o director de antena, «faz parte da rádio ser experimental e passar coisas novas». Sendo esta a «imagem de marca da RUA», a rádio acaba por ser considerada alternativa.

Procurando não ter como único alvo o público universitário e evitando tornar a RUA numa «rádio de jukebox», Pedro Duarte avança uma média de idade dos ouvintes: «entre os 17 e 35 anos». No entanto, admite que a rádio tem ouvintes de faixas etárias mais avançadas, «há muita gente com sede de coisas diferentes, há procura de coisas novas».

A grelha de programação é ocupada por rubricas noticiosas, culturais e musicais dos mais variados estilos mas principalmente por programas de autor. «Temos cerca de 20 programas de autor» refere Pedro Duarte.

Novos hertz mas a mesma frequência

Ao longo dos setes anos muitas foram as vozes que passaram pelos estúdios da RUA. Prova disso é Ricardo Duarte, um dos colaboradores mais velhos, que nos faz entrar semanalmente na «Zona Reagge». O seu programa de autor chega-nos todas as quartas-feiras, entre as 22h00 e a meia-noite, há seis anos, mas como ele diz «só contabilizo cinco, porque é o tempo que há que o faço em directo. Tenho a sorte, desde sempre, de ter conseguido fazer o programa em directo». A sua entrada na rádio coincidiu com a sua entrada no mundo da música como dj, experiência que já ambicionava e que foi possibilitada pela abertura a novos projectos da RUA.

Actualmente existem 20 colaboradores com programas de autor. Entre directos, rubricas e muitos conteúdos, são várias as tarefas que podem ser feitas na rádio, consoante a vontade dos colaboradores e a sua disponibilidade.

Uns vêm por curiosidade, outros por «amor» à rádio, mas poucos são os que ficam. Esse é um dos pontos fracos, pois a RUA FM tem vindo a perder colaboradores ao longo dos anos. Como constata Pedro Duarte, «temos colaboradores desde o início, mas uns já se foram. Uns já trabalham, há alturas em que podem dar mais e outras que podem dar menos. Mas neste momento estamos com 20 colaboradores com programas de autores».

Entram todos os anos entre 15 a 20 formandos na RUA FM, mas apenas uma média de 3 ou 4 colaboradores permanecem ao longo do primeiro ano. Mas eles são mais que números. São a continuação da rádio, são «sangue novo» como diz o director. O ano lectivo de 2009-2010 arrancou, como sempre, com formação na rádio. Foram chegando aos poucos e agora são, ao todo, 15 pessoas, alunos de variados cursos e também quem nada tenha a ver com a academia. Alguns nem conheciam a rádio, como é o caso de Sara, aluna do primeiro ano de Ciências da Comunicação, que diz que está no projecto «para ver como é que funciona», pois sempre gostou de rádio.

A rádio abre as portas a todos os que têm vontade de trabalhar, pois é feita de pessoas para pessoas, e precisa de mais para continuar e com mais qualidade se possível, como defende Pedro Duarte.

A formação serve para dar bases aos que entram, para que comecem a produzir conteúdos. Alguns podem até aspirar a programas de autor, que serão aceites se tiverem «pés e cabeça» e aos quais será dado acompanhamento pelos mais experientes. E a experiência, garante o director, vem com a prática ao longo dos anos.

O espírito que se vive na rua é de entre ajuda e descontraído. A formação, muito divertida, como defende Sara, é a continuidade da RUA, embora Ricardo Duarte considere que a rádio devia ter outra independência económica que lhe permitisse «poder fixar cá mais pessoas remuneradas, porque é isso que faz falta. Pessoas que possam viver disto e que dêem a sua disponibilidade total como colaboradores ao espaço da rua».

Colocando de parte, por enquanto, essa opção, o director diz que esta é a melhor altura para receber novas ondas hertzianas na rádio e novas energias por parte dos mais recentes participantes.

7 anos e 7 dias de celebração

Este marco na história da rádio, tanto para colaboradores como para ouvintes, não podia passar em branco e, por isso, a semana de 23 a 29 de Novembro contará com um programa comemorativo diversificado. Nos dias 24 e 25, a Penha e as Gambelas (respectivamente) serão palco de emissões em directo. Já o dia 26, quinta-feira, será dedicado à reflexão. A partir do Espaço C (Café Esplanada no Teatro das Figuras) será emitida em directo uma tertúlia subordinada à temática «RUA 7 anos depois». O dia 27 é dia aberto: «literalmente com todas as portas abertas», explica Pedro Duarte, às visitas de todos, «inclusive de escolas secundárias». O fim-de-semana dedicar-se-á especialmente à música e ao convívio. Também no Espaço C, no sábado haverá lugar para um show case da banda da Rua, Megafone. Já o domingo será reservado ao já habitual convívio entre os «Ruenses».

O director realça a importância deste encontro: «Porque há tantos colaboradores, os programas são emitidos uma vez por semana, há colaboradores que nem sequer se conhecem. A formação é feita nesta altura para coincidir com esta reunião da família da rua e para se conhecerem. Não só porque automaticamente quem entra conhece a Rua nesta altura de aniversário experiencia verdadeiramente o que a RUA é.

Planos futuros

O aniversário agora celebrado pauta a reflexão do que foi, é e será a RUA. O ano de 2007 foi marcado por problemas financeiros. O financiamento é a principal preocupação dos colaboradores relativamente ao futuro da rádio, onde se espera dar prioridade a programas de cultura e onde o crescimento será a principal meta.

Um dos problemas a resolver é a questão da frequência. «Há pessoas em Gambelas que se queixam que não conseguem acompanhar a nossa frequência. É óbvio que castra a possibilidade da rádio ser ouvida ou não», reconhece Pedro Duarte.

Perante a responsabilidade de representar a Universidade do Algarve, com a ajuda dos novos colaboradores, a Rádio Universitária pretende evoluir para além da condição de frequência experimental. O objectivo passa por promover a componente informativa e garantir uma abertura a novos programas e, assim, seduzir novos ouvintes.

Com sonoridades viradas para o futuro, a RUA FM pretende aumentar o volume e continuar a ser «Uma rádio de Grau Superior».

TV real, lúdica e fictícia

François Jost dá palestra na Universidade do Algarve sobre Televisão
Por: Ângela Gago e Lénia Maria

François Jost, professor da Sorbonne Nouvelle e Director do Centro de Estudos e Imagens Mediáticas (CEIM), esteve na Universidade do Algarve para uma palestra sobre Televisão. O professor francês deu a conhecer o seu trabalho de investigação nesse campo, que é enviado para o Instituto Nacional de Audiovisual (INA), desde 1995.

Durante a palestra, dirigida aos alunos do curso de Ciências da Comunicação, entre outros de mestrado e doutoramento na área, o Professor Jost sublinhou a ideia de que «por vezes o que vemos na televisão não é real». Segundo Jost, a Televisão conta com «três mundos»: o real, o fictício e o lúdico, constantes no primeiro de três princípios básicos no mundo televisivo.

O Director do CEIM afirma que o «mundo real» inserido nos programas televisivos transmite «conhecimentos sobre o mundo», ou seja, dá ao telespectador uma perspectiva do mundo sem efeitos especiais, guiões ou outros, como são disso exemplo todos os programas transmitidos em directo. Pelo contrário, o «mundo fictício» é, segundo afirma o Professor, «um mundo inventado», onde vigoram a ficção e os efeitos especiais. Já o “mundo lúdico”, que “se encontra entre o mundo real e o mundo mental”, inclui ainda a vertente de entretenimento. Como exemplos dos jogos e actividades apontou programas como «Big Brother» e «Loft Story».

O Professor da Sorbonne Nouvelle não terminou a sua apresentação sem algumas noções sobre os diferentes actores intervenientes em comunicação televisiva e ainda houve espaço para esclarecimento de dúvidas, uma mais-valia para o enriquecimento da cultura televisiva da comunidade escolar.

Por: Inês Calhias, Joana Varela, Joana Sousa e Mafalda Ferreira

O Dia Mundial da Alimentação comemorou-se a 16 de Outubro e a Redacção 2.3 quis saber quais os hábitos alimentares da comunidade académica da Universidade do Algarve (UAlg). Grande parte dos estudantes não pratica uma alimentação saudável.

“Não tenho uma alimentação equilibrada porque passo a maior parte do dia na escola e só como porcaria”, confessa Ana Sousa. A sua experiência é partilhada por grande parte dos alunos da sua faixa etária, entre os 19 e 20 anos. Já Catarina Taveira afirma ter um regime mais rigoroso: “Costumo ter muita preocupação com a alimentação e, por acaso, estou a fazer dieta”.

A média de refeições por dia dos alunos varia entre 3 e 6, sendo que alguns dispensam a considerada refeição mais importante do dia. “Às vezes não tomo o pequeno‑almoço”, reconhece Hugo Pereira. E aqueles que ainda têm por hábito tomá-lo fazem-no na universidade, como constata João Guerreiro: “Costumo comer o pequeno‑almoço na escola”.

Um dos hábitos alimentares que predomina entre os alunos é comer fast-food, muito embora varie o número de vezes que o fazem por semana. A maioria dos alunos opta por este tipo de alimentação entre 2 a 4 vezes por semana, mas há quem o faça com muito mais frequência. “Como fast-food pelo menos duas vezes por dia”, afirma João Guerreiro. Já Cesarina Sousa, funcionária da Universidade de 43 anos, afirma: “Não costumo comer fast-food. Por vezes é apenas três vezes por ano”, um indicador de que este tipo de refeições é tendencialmente característico da faixa etária dos jovens estudantes.

No que respeita aos locais de restauração mais frequentados pelos alunos, tanto dentro do Campus como nas cantinas e bares nas imediações, Isabel Planeta, funcionária no Bar da ESEC, também é da opinião que “os alunos não têm uma boa alimentação porque comem muita porcaria”. São diversos os produtos alimentares vendidos neste estabelecimento, desde sumos, iogurtes, sandes, sopa, croissants, cachorros, hambúrgueres, fruta, e quando questionada sobre se deveriam ser postos à venda produtos mais saudáveis no bar, Isabel considera a escolha suficiente, acrescentando que é feita a inspecção ao bar todos os meses.

Também na cantina do Campus da Penha se pratica um regime de alimentação saudável. Todos os dias são postos ao dispor dos alunos um prato de carne, um prato de peixe e um prato de dieta, com a preocupação de não fazer muitos fritos e gorduras, mas sim “mais cozidos e guisados”, como nos assegura Lurdes Policarpo, funcionária desta cantina. Acerca do controlo alimentar que este local tem, a Redacção 2.3 ficou a saber que é regularmente visitado por uma empresa especializada em inspecção alimentar.

Apesar das garantias dadas pelos Serviços de Acção Social de que a alimentação proporcionada pelas cantinas é a mais saudável, nem sempre são os refeitórios as primeiras opções dos alunos. Porque a vida académica exige muito tempo, a preocupação com uma alimentação saudável é desvalorizada, recaindo a escolha para as refeições mais rápidas e menos saudáveis.


Utilizadores terão acesso online à cultura de 27 países europeus
Por: Daniel Lopes e Ivan Cordeiro


Aceder online aos mais diversos recursos culturais dos países da União Europeia, em áreas como cinema, arte, literatura, música, ciência, política, história, entre outras, é possível desde 20 de Outubro. A biblioteca europeia online dará acesso a mais de dois milhões de obras nas mais diversas línguas, bem como fotografia, pintura, gravações, documentos. Europeana, assim se chama este projecto, é um museu e um arquivo, resultado de dois anos de esforços que tiveram início em Julho de 2007.


O principal objectivo para 2010 está numa maior expansão de conteúdos que proporcione o recurso a zonas interactivas e a comunidades de interesses específicos, de forma a promover a diversidade cultural da Europa e a interacção entre usuários. A União Europeia prevê um financiamento anual de dois milhões de euros encaminhados para o desenvolvimento deste projecto, o que reflecte uma aposta clara na promoção e dinamização do conhecimento e da cultura. Os Estados-membros da UE serão os responsáveis por uma boa parte dos custos, de forma a desenvolver três áreas de maior importância: a digitalização, o acesso à informação e a conservação dos conteúdos.


Através do endereço electrónico: http://www.europeana.eu/, o utilizador encontrará material fornecido por mais de mil organizações culturais europeias, entre as quais o Museu do Louvre, em Paris. Acessível em todas as línguas da UE, o usuário encontra um site-protótipo, ou seja, um projecto em desenvolvimento mas com uma grande aposta futura.


Esta iniciativa é “apenas o começo”, tal como é declarado pela Comissão Europeia, sendo que a ideia é a expansão da Biblioteca, através do desenvolvimento de parcerias com o sector privado, para que em 2010 a Europeana permita o livre acesso a dez milhões de obras "representativas da riqueza da diversidade cultural da Europa”.


Viviane Reding, comissária europeia responsável pela Sociedade da Informação e Media, lança um apelo "às instituições culturais, editoras e empresas de tecnologia europeias para que alimentem a Europeana com mais conteúdos em formato digital", afirmando ainda que Bruxelas vai propor "uma regulamentação autenticamente europeia para a protecção dos direitos de propriedade intelectual: o seu uso e o acesso aos mesmos nas bibliotecas digitais".


O Presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso definiu a Europeana como um projecto onde se concilia “a vantagem competitiva da Europa em matéria de tecnologias da comunicação e de redes com a riqueza do nosso património cultural”. Adiantando que “os europeus poderão agora aceder com rapidez e facilidade, num único espaço, aos formidáveis recursos das nossas grandes colecções".


Martin Selmayr, porta-voz de Sociedade da Informação da UE, diz que “as 6 milhões de obras previstas para 2010 são um número "realista" para a primeira etapa do projecto, embora Bruxelas pretenda oferecer um património digital muito mais amplo quando consolidar a iniciativa”. A Europeana promete ser um projecto de sucesso e dinamismo sociocultural, constatado pelo interesse indiscutível que é manifestado pelas pessoas, pelos seus conteúdos e utilidade.


Só na manhã de lançamento foram contabilizadas mais de dez milhões de visitas por hora, o que levou a uma quebra do servidor, contudo, para impedir que estas situações se repitam foram tomadas medidas no sentido de melhorar as capacidades do site.