Homens e mulheres farenses estão em pé de igualdade no que toca aos hábitos de consumo de jornais
Em frente à Doca de Faro, dentro do seu carro estacionado e com o parquímetro a marcar o tempo e o ritmo da sua leitura José Correia folheia o Correio da Manhã.
A imagem a que nos habituamos do leitor a usufruir de uns minutos de informação, enquanto lê descansadamente o seu jornal ou revista, num café de Faro, é, hoje em dia, rara. O stress citadino e a vida profissional interferem cada vez mais nas rotinas de leitura de imprensa dos farenses. É o caso de Zélia, empregada na indústria hoteleira, que admite que por passar «o dia inteiro ao computador, a trabalhar» nem sempre tem «disponibilidade para ler jornais, e revistas só no Inverno», quando há menos trabalho.
Diariamente passam pelos quiosques vários leitores. Desprogramados de qualquer tipo de estereótipos. Os hábitos de leitura dos farenses mudaram ao longo dos anos, mas quando questionados sobre uma eventual mudança do consumidor tipo de jornais os comerciantes hesitaram em defini-lo. De diferentes idades, classes profissionais e sociais, «um pouco de tudo» como descreveram os vendedores, entre os quais 62% de consideraram o cliente tipo indefinido. Os homens e mulheres farenses estão em pé de igualdade no que toca aos hábitos de leitura de jornais, mas as leitoras de Faro dominam as vendas das revistas. As farenses ocupam o primeiro lugar como consumidoras de revistas, sejam elas generalistas, de moda ou «cor-de-rosa.
O sector global da edição teria um 2009 «doloroso»
Foi em 2008 que o Relatório de Avaliação do Plano Nacional de Leitura (PNL), um estudo liderado pelo sociólogo António Firmino da Costa, do Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa (ISCTE), revelou que os hábitos de leitura estavam a crescer em Portugal. O aumento estava relacionado com a leitura através das novas tecnologias: mensagens no telemóvel, computador e acesso à Internet. No entanto, na leitura em suportes como jornais e revistas o crescimento era menos acentuado. Um ano depois, em Janeiro, a consultora Deloitte no seu relatório anual sobre Tecnologia, Media e Telecomunicações, afirmou que a imprensa continuaria a enfrentar desafios.
Natália Pedro, Daniela Ceita, Mário Santos, todos estes revendedores afirmam que as vendas reduziram efectivamente em comparação com 2008. No geral, Phil Asmundson, vice-presidente da Deloitte avançava que «as condições económicas, as preferências de consumo de media e os avanços da tecnologia digital teriam um impacto na despesa dos consumidores e no investimento das empresas». O já mencionado estudo previa que «o sector global da edição teria provavelmente um 2009 doloroso». Na baixa de Faro, no que toca ao decréscimo das vendas, cumprem-se estas tendências.
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