Mariza: a «cantadeira de fados»

Por Inês Calhias, Joana Sousa, Joana Varela e Mafalda Ferreira

Aclamada como a «rainha portuguesa do fado», Mariza, uma das mais conceituadas fadistas portuguesas, tem prestado o seu contributo para manter Portugal nos maiores palcos do mundo. Ainda assim, nas mais variadas ocasiões, não deixa de mostrar a sua humildade, tendo chegado a dizer que não é nada mais do que uma «cantadeira de fados».


Mulher de figura esguia, franzina, de olhos grandes e vestidos armados, muitos a conhecem pela força que a sua voz tem: através da sua música domina uma sala de espectáculos. Mariza nasceu em Moçambique e foi o seu pai que determinou o seu gosto pelo fado. A sua primeira actuação foi aos 5 anos, mas só a partir da adolescência é que a sua música começou a ser reconhecida. Começou por cantar géneros musicais como Pop, Gospel e Jazz, chegando a integrar bandas que actuavam em bares da capital. Contudo, a sua paixão era o Fado, ao qual se dedicou por completo.

Fado música do mundo

O nome Mariza deixou de soar, há muito tempo, apenas por terras portuguesas. A cantora internacionalizou-se, chegando a sua música a países como Alemanha, Bélgica, EUA (onde o seu primeiro álbum chegou ao sexto lugar dos mais vendidos na área de World Music), Reino Unido, Finlândia, entre muitos outros. É de salientar também que a fadista já fez várias digressões. Mariza pisou palcos como o New Jersey Performing Arts Center e o Hollywood Bowl. Participou também em programas, nomeadamente da BBC, programas franceses, e foi até capa da revista Folk Roots. Já em Londres esgotou, com dois meses de antecedência, o Purcell Room do The Royal Festival Hall, onde actuou no Festival Atlantic Waves. Actuou, também, na Ópera em Frankfurt, entre muitos outros sítios.

Gravações de uma carreira

O primeiro disco, Fado em Mim, foi editado em 32 países. Mariza não conseguiu contrato de nenhuma editora discográfica portuguesa, no entanto, uma editora holandesa, a World Connection, decidiu apostar na fadista lançando o seu primeiro disco em vários países. Os seus principais concertos foram o concerto em Lisboa, nos jardins da Torre de Belém, do qual surgiu um álbum, que recebeu uma nomeação para um Grammy Latino, e o concerto no Pavilhão Atlântico com convidados especiais.

Com este CD conseguiu várias nomeações e prémios. Uma das músicas que obteve melhor repercussão foi Chuva. O CD vendeu muito em Portugal, liderando os tops portugueses. Os álbuns seguintes também foram muito bem aceites pelos ouvintes.

Para além dos CD, a cantora também gravou um DVD, após um momento alto da sua carreira, o concerto em Londres. O DVD intitula-se Mariza Live in London. O seu segundo disco intitulado Fado Curvo também teve uma grande notoriedade ao ponto de obter a quádrupla platina novamente. A música com maior destaque neste álbum foi Primavera.

O terceiro disco intitula-se Transparente, em homenagem a sua avó africana, sendo nesse CD misturadas novas sonoridades ao fado. Terra é o nome do quarto álbum e já foi apresentado em mais de 100 palcos de 20 países. O disco baseia-se nas várias digressões realizadas por Mariza e inclui alguns fados clássicos, como Alfama e Rosa Branca. Os quatro concertos nos coliseus de Lisboa e do Porto esgotaram na apresentação deste CD.

Valor reconhecido

Com uma carreira consolidada e amplamente reconhecida, Mariza é considerada uma grande cantora a nível nacional e internacional. Para além da sua grande voz, tem uma imagem sofisticada que tem impressionado o público e crítica especializada. Jornais como The Guardian distinguem o seu valor, caracterizando-a como “ a jovem diva teatral portuguesa”.
Recentemente, o objectivo assumido da cantora de levar Portugal ao Mundo, através do seu talento, valeu-lhe a nomeação de Embaixadora do Instituto de Turismo de Portugal.

Mariza foi a celebridade escolhida para ser entrevistada por Francisco Pinto Balsemão na comemoração dos 25 anos da revista Blitz, o que demonstra a importância desta artista para o país e no panorama internacional.

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