Por Isa Mestre

«Afável, de trato fácil, calmo, decidido e sonhador», é assim que se caracteriza Rui Coimbra, atleta algarvio da selecção nacional de futebol de praia que recentemente arrecadou no Beach Soccer World Cup, no Dubai, um honroso terceiro lugar.

Nascido em Quarteira, no ano de 1986, Rui Coimbra estaria longe de imaginar que poderia vestir a camisola da equipa das “quinas”, sobretudo a jogar futebol de praia. É que antes de “pôr o pé na areia”, o jovem algarvio teve passagens por desportos tão diversos como o karting (onde chegou mesmo a sagrar-se campeão), a natação, o ténis ou a vela.

Em terra de pescadores, a paixão pelo futebol jogado na areia acabou mesmo por vencer. Rui Coimbra conta que «tudo começou em 2006, com um grupo de amigos» aquando da participação num torneio amador.

Na sequência desse torneio e dos jogos disputados como amador no ano 2008, viria a concretizar-se um dos maiores sonhos do jogador luso: a chamada à selecção nacional. Na altura, com apenas vinte e dois anos, Rui Coimbra afirmou-se como o primeiro algarvio no futebol de praia a experimentar tamanhos voos e tudo isso, diz, deve-o ao seleccionador Zé Miguel, que «considerou que eu tinha aptidões para integrar a selecção e começou a convocar-me para os estágios e treinos». Daí ao Dubai, o jogador garante ter sido «um pulinho», confessando que a convocatória para o campeonato do mundo foi «uma alegria enorme. Acho que é o sonho de qualquer jogador e eu não sou excepção. No fundo, ser convocado é como que uma recompensa por um ano de trabalho».

Quando questionado acerca da preparação para jogar futebol de praia num país como o nosso, Rui Coimbra desmistifica, afirmando que «ao contrário do que as pessoas pensam, que é só sol e praia, a preparação física é muito exigente e desgastante, em especial as pernas e os gémeos. Temos que treinar à chuva, ao frio, ao vento e nas condições mais adversas que se possa pensar.»

Em discurso franco e aberto, Rui Coimbra, confessa-se desiludido com a atenção prestada pelos governantes portugueses ao futebol de praia, afirmando que esta «está muito aquém daquilo que deveria ser», acreditando, no entanto, que «com o tempo o futebol de praia vai ter o reconhecimento que lhe é devido, como qualquer outra modalidade».

No que toca ao seu próprio reconhecimento enquanto profissional, o jovem jogador admite que o Algarve, enquanto região, lhe tem retribuído o esforço sobretudo «pela boca do povo», pelo orgulho da sua presença junto de grandes vultos do futebol de praia, como é o caso de Madjer ou Alan, companheiros de selecção no caminho do algarvio, naquela que é já uma carreira de sucesso.

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