«Escola Activa»

Estabelecimentos de ensino de toda a região aderem à iniciativa e põem alunos a mexer
Por: Adriano Narciso, David Marques, Fábio Lima e Isa Mestre

Recentemente lançada pela Administração Regional de Saúde do Algarve, a iniciativa «Escola Activa» já corre por toda a região. O programa, que pretende ser uma forma simples de combate à obesidade infantil, elucida os jovens para os benefícios da actividade física e serve de incentivo à sua prática.

O método é simples: por cada trinta minutos de actividade física contínua, o estudante tem direito a uma rubrica (numa caderneta dada para o efeito) por parte do seu professor/encarregado de educação. A cada dez rubricas que consiga juntar o aluno tem direito a um autocolante (denominado “ACTIVIX”) que colará posteriormente na sua caderneta. A ideia é que o projecto despolete nos jovens a vontade em terminar a colecção de autocolantes o mais rapidamente possível, o que, consequentemente levará a que pratiquem mais actividade física.

José Miguel Pereira, aluno do 4º ano da Escola Básica Integrada de Martinlongo, concelho de Alcoutim, vê a iniciativa com bons olhos e até confessa a vontade em ser o primeiro a terminar a colecção ACTIVIX: «Vou ser o primeiro a acabar. Todos os dias ando meia hora de bicicleta porque sei que ganho uma assinatura». Já Pedro Barroso, colega de turma de José Miguel, confessa que a disputa com os colegas é um bom incentivo para a prática desportiva: «Na escola competimos por mais assinaturas. Queremos todos acabar a colecção rapidamente».

Actualmente, no Algarve mais de 30% das crianças de idades compreendidas entre os 7 e os 9 anos sofrem de obesidade ou pré-obesidade. Para além da iniciativa “Escola Activa”, a actuar em toda a região, muitas outras têm sido desenvolvidas com vista ao combate à doença que é vista pela Organização Mundial de Saúde como a “epidemia do século XXI”. No passado mês de Março, o Governo português começou a distribuir fruta gratuita nas escolas do país e foi recentemente publicada em Diário da República uma lei que estabelece limites máximos à quantidade de sal no pão. A ser aplicada a partir de Agosto do próximo ano, a norma estipula que as padarias que produzam pão com mais de 14 gramas de sal por quilo possam ser punidas com coimas entre 750 e 5 mil euros.

Para Jorge Paulinho, professor aposentado de Educação Física, é à escola que cabe a grande responsabilidade de consciencializar os jovens para os “perigos e os desconfortos” a que os doentes obesos estão sujeitos. “Os jovens de hoje em dia gastam a maior parte do tempo na escola. Há muito que as habitações deixaram de ser os seus primeiros lares”, justificou o professor de 59 anos.

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